domingo, 23 de junho de 2013

:(

A palavra morte causa arrepios.
Perder alguém que está ligado a nós dói.
Há poucas horas chegou me a noticia de que alguém muito querido foi.
Não me digam que as pessoas estão preparadas para receber uma noticia destas quando há uma doença rara. Porque não se está preparado. Podemos pensar que um dia acontecerá, que esse dia até pode estar perto. Mas esse perto, nunca é tão perto como se espera. Não se está preparado e pronto. Dói sempre.
A primeira coisa que me passou pela cabeça foi: Nunca mais vou vê-lo. Nunca mais vamos vender flores juntos. Nunca mais vou falar com ele. Nunca mais vou perguntar por ele.  O M. vai deixar de dizer que os rebuçados são para ele e para o avô.
As lágrimas vieram-me para o rosto num instante. Não as consegui controlar mais.
É certo que não é da minha família mas é como se fosse. Ele próprio o dizia vezes sem conta... "Vocês são da minha família! Vocês estão sempre lá quando é preciso!
Dizia-me muitas vezes: "Acredita que os da nossa própria família muitas vezes dão-nos um pontapé no rabo. E não os podemos considerar amigos. Amigos, amigos são família!"
E é verdade. É tão verdade. Ele para mim era como se fosse outro avô. Era o padrinho do meu irmão mas no fundo também era meu e do F.
Eu gostava tanto dele. Tinha um carinho tão grande por ele.
Ao longo desta doença, eu achava-o um guerreiro. Era raro vê-lo triste. Sempre bem disposto, com palavras positivas.
Lembro-me do baptizado dos netos dele. Quis fazer uma grande festa, porque tinha descoberto a doença há pouco e queria juntar a família e os amigos. Queria tudo contente e feliz. Talvez pensasse que se calhar este dia estava próximo mas aguentou muito... Aquela força de viver sentia-se. Queria sorrir. Queria ter as pessoas que gostava, próximas dele.
Adorava quando ele me chamava: "Oh Tita!", aquele jeito de chamar...só ele tinha. E agora?
Agora já não vamos ao Algarve todos juntos. Ele dizia montes de vezes ao meu pai, "um dia temos de ir todos juntos!"
A última vez que eu o vi, ele já estava muito mal. Senti que estava diferente. Senti aquele sorriso dele tão forçado, nunca o tinha visto daquela forma. Custou-me.. Disse-lhe: Força ! E vim-me embora...
Agora partiu.

Vou ter saudades. Muitas saudades....


1 comentário:

Bolacha de Chocolate disse...

nunca estamos preparados. quando o meu pai teve cancro, eu pensei mesmo que o ia perder, pensava como seria a minha vd sem ele, como seria quando mo dissessem e achava impossível isso acontecer. passou um ano e ele faleceu, a minha reação foi completamente inexplicável, não dá só para chorar ...